Mais do que tratar especificamente do sumiço do pedreiro Amarildo e suas particularidades, o livro põe em discussão a “marca da UPP” e como ela foi expressão de décadas de uma política de segurança no Rio de Janeiro orientada para a gestão de uma “guerra” maior contra “inimigos internos”. Em um contexto em que a operacionalização direta da guerra contra o crime mobiliza cada vez mais apoiadores em diferentes esferas de poder, Leandro relaciona o Caso Amarildo com outras mortes nas mãos de agentes públicos e explica o preço a ser pago pela sociedade – em particular, pelos setores mais marginalizados – pela construção da retórica do medo permanente.
Dialogando com uma ampla gama de atores envolvidos na investigação e na repercussão do sumiço do pedreiro, Cadê o Amarildo? O desaparecimento do pedreiro e o caso das UPPs é mais do que um trabalho bem documentado a respeito do paradeiro até hoje desconhecido de um homem que morreu na Rocinha nas mãos da Polícia Militar. É também um grito análogo à indagação de outra vítima da violência crônica fluminense – Marielle Franco – acerca do futuro do Rio de Janeiro: quantos mais vão precisar morrer para que esta guerra acabe?
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